5 de dezembro de 2024

Academia Nacional de Medicina, presidida pelo Prof. Dr. Rubens Belfort Jr., divulga comunicado sobre a pandemia de Coronavírus

19 de março de 20205min20
Sem-Título-2

Epidemia de Coronavírus, 18 de março de 2020

A  hora  é  de  extrema  gravidade  e  a  Academia  Nacional  de  Medicina, vem elogiar e reafirmar o total apoio ao trabalho da  equipe  do  Ministério  da  Saúde, reiterando  a  importância  da  condução do esforço nacional pelo Ministro, a maior  autoridade  sanitária  do  país.Reconhecendo  a  eficiência  dos  gestores na luta contra o COVID19, vem, no entanto, manifestar  preocupações, apoiar e sugerir ações a serem energicamente  implantadas.

São elas:

1.  Intensificar, com ações imediatas (e de máxima  eficiência), medidas de distanciamento social, incluindo  praias, museus, bibliotecas, parques etc., para diminuir a  proximidade entre as pessoas e conseguir menor  mobilidade. A persistência de praias lotadas, bares com  multidões, manifestações e aglomerações, bem como  parte da imprensa seguir, com irresponsabilidade,  glorificando festas e reuniões sociais são inadmissíveis.

2. Exigir maior coerência de ações e depoimentos de  autoridades com as normas e orientações sanitárias,  como não comparecer a atos, reuniões e manifestações  públicas.

3. Não apenas diminuir, mas reorganizar o transporte  público, por ser transporte de massa com grande e  imediata dispersão de seus passageiros. Recomendar a  ventilação de ambientes como a abertura das janelas em  casas e nos transportes públicos e individuais e evitando  elevadores e ambientes fechados.

4. Reforçar a importância de tentativa de rastreamento de  contatos e testagem em larga escala com importação de  testes diagnósticos e rápida regulamentação, registro e  liberação.

5. Vigilância sobre os comunicantes infectados, seja  colocando-os em hospitais, seja regulando e  acompanhando a observação de regras de auto  isolamento e de limitação de deslocamento espacial,  usando tecnologia com base em telefones celulares.

6. Considerar a diminuição e mobilidade interna no país,  tratando de poupar regiões ainda não tão acometidas.  Proibir atracações de barcos de turismo internacional e  nacional, diminuir o trânsito interestadual e preservar  regiões, estados e cidades, ainda sem transmissão local,  além de regular a entrada de estrangeiros, exceto em  missões oficiais de saúde.

7. Promover a total integração dos sistemas público e  privado com reorganização imediata do atendimento  médico, colocando o sistema privado de maneira  integrada ao sistema público (MS, estados e municípios),  com sistema de redes, cancelando cirurgias eletivas e  ambulatórios de doenças de tratamento não urgentes.   Compra emergencial de equipamentos.

8. Fortalecer em caráter emergencial, a atenção básica  (saúde da família, centros de saúde, policlínicas,  Upas.etc), porta de entrada do sistema, com criação de  centros pre-hospitalares para atendimento presencial e  orientação.

9. Responder à necessidade de atenção especial, que inclua  medidas econômicas, sociais e de saúde para as  populações mais vulneráveis, comunidades indígenas,  moradores de favelas e comunidades das periferias dos  grandes centros urbanos.

10. Realizar intensamente o imediato preparo de médicos  de todas as especialidades, estudantes e equipes de  saúde e apoio para atividades onde serão provavelmente  transferidos para atuar.

11. Organizar rapidamente sistemas de comunicação  telefônica e eletrônica com a população para orientação  adequada evitando corrida desnecessária aos hospitais.

12. Flexibilizar rapidamente o atendimento e orientação  diagnóstica e terapêutica por telemedicina, inclusive com  aceitação por farmácias de receitas enviadas por meios  eletrônicos.

13. Reforçar campanhas de divulgação e publicidade  dirigidas a setores economicamente mais vulneráveis e  jovens

14. Estabelecer mecanismo rápido e sem burocracia para  autorização de pesquisas clínicas com drogas  potencialmente de ação benéfica, após aprovação rápida  pelos comitês de ética e pesquisa (CEP), capacitados a  avaliar os riscos e características técnicas.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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