10 de outubro de 2024

Leis que mudam a vida

9 de janeiro de 20173min7
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El País

A legislação antifumo demonstra que a política pode vencer os preconceitos

Imagem: Maços na França com alertas sobre os riscos para a saúde CHARLES PLATIAU REUTERS

A lei espanhola que proibiu o fumo em todos os locais de trabalho (exceto hotéis) no país está completando dez anos. E sua ampliação para bares e restaurantes, que causou polêmicas e protestos diante da mudança cultural que significava na Espanha, completa seis anos. Um tempo de felicitações para uma sociedade que demonstrou que uma boa política pode mudar nossa vida, contrariando os preconceitos, o alarma que houve na ocasião em relação ao eventual fechamento de empresas e a incredulidade com que era vista a ameaça de sanções a quem violasse a lei.

O consumo de tabaco na Espanha caiu de 36,8% em 2003 para 30,8% em 2013 (últimos dados disponíveis na Pesquisa sobre Álcool e Drogas do Ministério da Saúde). Os efeitos para a saúde vão demorar para aparecer, já que a mortandade causada pelo tabaco aparece muitos anos depois do início do consumo, considerado responsável por mais de 60;000 mortes ao ano, cerca de 15% do total.

A lei reduziu o consumo, melhorou nossa qualidade de vida e colocou a Espanha entre os países mais avançados na legislação, mas a guerra não terminou. Os terraços fechados se transformaram em refúgio do fumo, apesar da proibição dessa prática nesses lugares quando eles têm pelo menos duas paredes. Nada menos que 42% dos espanhóis se sentem expostos à fumaça do tabaco em terraços fechados.

Algumas comunidades, como a do País Basco, foram além e proibiram o fumo em estádios e praças de touros, além de carros e parques infantis. E a União Europeia abriu o debate sobre a padronização de todos os maços como fórmula imaginativa para reduzir o poder do marketing. Abrem-se assim caminhos para avançar em um combate que vale a pena travar. Bem-vindos sejam esses caminhos.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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