Potencial de Abuso de Benzodiazepínicos
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Potencial de Abuso de Benzodiazepínicos
Ronaldo Laranjeira
Luís André Castro
O potencial de abuso dos benzodiazepínicos, culminando com a produção da síndrome de dependência, é um fenômeno clínico relativamente recente. Foi somente a partir de meados dos anos 70, quando os primeiros estudos clínicos evidenciaram o desenvolvimento de dependência e sintomas de abstinência em doses terapêuticas, que passou-se a considerar o risco dos benzodiazepínicos para induzirem abuso ou dependência. Mesmo assim, durante algum tempo considerava-se a própria dependência como uma complicação rara. Nessa época, o diazepam tornou-se em pouco tempo o benzodiazepínico mais vendido dentro da classe dos sedativos, hipnóticos e ansiolíticos, chegando a liderar o “ranking” das medicações mais prescritas nos Estados Unidos entre 1972 a 19783. Muito desta relutância em aceitar o potencial de abuso dos benzodiazepínicos deve-se ao perfil benigno dos seus efeitos adversos, tornando-a uma droga segura em relação barbitúricos e outros sedativo-hipnóticos. No começo dos anos 80, quando demonstrou-se que 50% dos usuários crônicos de benzodiazepínicos (acima de 12 meses) evoluíam com uma síndrome de abstinência esta visão “complacente” pelos benzodiazepínicos alterou-se acentuadamente5.
As principais vantagens dos benzodiazepínicos, quando comparados aos antigos sedativos e hipnóticos eram: a)Menor potencial letal para depressão respiratória e do SNC; b)Menor potencial para induzir tolerância e dependência; c)Maior margem de segurança em relação aos efeitos sedativos e ansiolíticos