Crack, Êxtase e a vingança divi_na

28 de novembro de 20133min31

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Crack, Êxtase e a vingança divina

O que tem caracterizado o problema das drogas nos últimos vinte anos tem sido a mudança constante de novos padrões de consumo por novas drogas e por novas formas de administração de drogas velhas mas que em condições de administração novas podem fazer um grande estrago em novas populações. Um grupo dessas drogas que esta fazendo um grande estrago tanto nos EUA como na América Latina é a cocaína em suas várias formas. No Brasil, e em especial em São Paulo, passamos por duas fases de consumo da cocaína. A primeira que começou há dez anos era caracterizada pelo uso nasal e endovenoso e produziu milhares de pessoas infectadas pelo HIV. A segunda fase pela qual passamos agora tem o uso da cocaína fumada (‘crack’) como a principal responsável pelo estrago.
O uso mais intenso dessa droga velha sob nova forma além do custo social muito discutivo produziu novos conhecimentos à respeito do efeito da droga em sí. Um deles é relacionado ao potencial de gerar abstinência da cocaína. A cocaína, anfetaminas e outros estimulantes são usados com o objetivo de intensificar o prazer. Agudamente essas substâncias produzem um grande prazer subjetivo com um maior estado de alerta, os prazeres normais são intensificados, ansiedade inicialmente diminui, auto-confiança e auto-percepção de capacidade aumentam, as inibições sociais são reduzidas e a comunicação interpessoal é facilitada. Enquanto o uso agudo é agradavel e aparentemente controlavel o uso repetido produz uma sensação de busca intensa por mais droga até chegar a um uso compulsivo.
Por muitos anos os cientistas e clínicos trabalhando na área consideravam que cocaína produzia somente uma dependência psicológica que seria uma resposta ao efeito euforizante prazeiroso da droga. Entretanto a partir do final da década de 70 tem demonstrado que o uso crônico de estimulantes levam ao desenvolvimento de uma adaptação neurofisiológica importante (Fischman e col, 1985; Gawin & Kleber, 1986). A diferença da abstinência dos estimulantes e das drogas como os opiáceos, álcool, etc, que produzem uma abstinência com sinais clássicos. Os estimulantes por outro lado produzem mudanças neurofisiológicas que regulam alguns processos psicológicos. Semelhança com os BDZ…
A dependência da cocaína não causa sintomas físicos grosseiros como o alcool e opiáceos.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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