Álcool e – drogas -sala de emergência

8 de dezembro de 20133min10

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Álcool e drogas na sala de emergência

Ronaldo Laranjeira
Marcelo Ribeiro de Araújo

As complicações relacionadas ao uso de álcool e drogas nas salas de emergências são um fato corrente na atualidade. A difusão, a diversificação e o fácil acesso a substâncias psicoativas, antes regionalizadas e pouco conhecidas, fazem o médico de plantão de hoje deparar-se com quadros clínicos diversos, ora isolados, ora combinados, minimizados, exacerbados ou mascarados por outras situações (p.e. uso combinado de substâncias, doenças prévias ou injúrias decorrentes do uso).
O usuário de substâncias capazes de alterar os estados da mente possui comportamentos distintos e está vulnerável a processos infecciosos, alterações metabólicas e acidentes, que por vezes mostram-se mais emergenciais do que a intoxicação ou a síndrome de abstinência per se. Por vezes combina substâncias de ação central semelhantes ou antagônicas, pode estar comprometido nutricionalmente ou suceptível a acidentes e a ambientes violentos. As intoxicações podem servir a propósitos suicidas ou funcionarem como ‘antídotos’ para indivíduos sofrendo de alguma patologia psiquiátrica.
Os quadros clínicos, quanto ao número de sintomas e a intensidade desses, são variáveis e idiossincráticos. A quantidade de substância utilizada e combinações dessas, lesões prévias no SNC, patologias de base e interações com medicamentos podem facilitar ou dar um colorido suis generis à sintomatologia. Em relação a esse último, é importante lembrar que os psicotrópicos possuem amplas interações com medicamentos utilizados na prática clínica diária e podem desencadear descompensações comprometedoras no mais inusitado dos indivíduos (p.e. os barbitúricos aumentam a metabolização de fármacos como o warfarin, a cimetidina, o metronidazol e provavelmente da digoxinab).
É objetivo desse capítulo apresentar as principais complicações relacionadas às substâncias psicoativas mais comuns em nosso meio, seu quadro clínico, considerações sobre diagnósticos diferenciais e concomitantes e interações medicamentosas, bem como as abordagens terapêuticas mais eficazes no tratamento dessas.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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