A propósito dos comentários absurdos e até “obscenos” do Dr Carl Hart – uma farsa de profissional

30 de novembro de 20213min34
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Por Luis Marra

Das cem mil mortes por overdose de drogas por ano nos Estados Unidos, a maioria se dá por metanfetamina e opióides, principalmente o fentanil.

O Dr Carl Hart diz, explicitamente, em seu novo livro, “Drogas para adultos”, que não há diferença quanto à periculosidade entre a maconha e a heroína.

Como a maconha é uma droga relativamente leve e ninguém morre de overdose de maconha, por uma simples lógica é possível chegar a uma conclusão estarrecedora.

O Dr Carl Hart ainda vai mais longe e dá a entender claramente que, na verdade, todas as drogas psicoativas são “iguais” quanto aos riscos, os quais podem ser minimizados no uso recreativo por quem ele chama de “adultos responsáveis”.

É preciso saber, dentro da população norte americana, quem são os tais “adultos responsáveis” e quais são os critérios para se dizer ou classificar quem tem essa condição.

Pelo que eu entendi, a excelsa referência de ser um “adulto responsável” é a própria pessoa do pesquisador, cujos hábitos recreativos com a “inocente” heroína e com outras drogas devem servir de referência para a Humanidade.

Usando o seu próprio exemplo narcisista, egocêntrico e particular de consumidor recreativo de heroína, o Dr Carl Hart desconsidera totalmente o fato de que o uso da heroína e dos opiáceos em geral, principalmente o sintético fentanil, leva a uma tragédia de mortos por overdose e à manutenção de uma legião de adictos quase “zumbis” em vários países do mundo e principalmente nos Estados Unidos.

O Dr Carl Hart perdeu, para mim, toda sua credibilidade.

Sua postura é absurda, irresponsável e imoral.

Quem quiser confirmar o que estou dizendo basta consultar seu último livro.

O Dr Carl Hart, para mim, é uma grande farsa. Uma tremenda decepção. Lamento ter tido uma conversa agradável com ele, em seu gabinete, na Universidade de Colúmbia, em Nova York, há quatro anos atrás.

Para mim ele acabou.
Ponto final.
Stop.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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