Casos de alcoolismo dobram em decorrência da pandemia
Mulheres são maioria entre os novos episódios de dependência atendidos em ambulatório especializado da Unicamp e no Instituto Padre Haroldo No Ambulatório de Substâncias Psicoativas (Aspa) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o número de casos novos por semana dobrou durante a pandemia. De dois pacientes atendidos no período, o número passou para quatro. A médica Renata Azevedo, chefe do departamento de Psiquiatria da Unicamp e coordenadora do Aspa, enfatiza que a maioria desses novos pacientes apresenta quadros graves de dependência química. O aumento nos atendimentos do ambulatório começou em setembro, depois de uma queda registrada entre março e agosto do ano passado.
No Instituto Padre Haroldo, que é referência no atendimento às pessoas com dependência química em Campinas, o início da pandemia também foi marcado por uma queda de 50% na procura dos serviços de acolhimento, entre março e junho. Juliano Santos, psicólogo coordenador do Programa de Recuperação e Tratamento, diz acreditar que muitas pessoas deixaram de comparecer presencialmente à entidade devido ao medo de infecção pela covid-19. “Acolhemos as pessoas em grupos. Quando elas chegam, ficam durante 15 dias em quarentena. Depois dessa etapa, elas seguem para a comunidade terapêutica, onde vão iniciar oficialmente o tratamento”.