Síndrome alcoólica fetal

29 de março de 20092min11

Entrevista – Dr Dráuzio Varella
Drauzio – Como a medicina define a síndrome alcoólica fetal?
Ronaldo Laranjeira – A síndrome alcoólica fetal (SAF) foi descrita no final da década de 1960, mostrando que os filhos de mães dependentes de álcool, que haviam ingerido grandes volumes durante a gravidez, tinham rebaixamento intelectual e algumas alterações faciais típicas (prega dos olhos diferente, ausência do sulco labial).
Os casos de SAF não são muito comuns hoje em dia, uma vez que a mãe precisa beber  exageradamente durante a gravidez para a criança ser afetada. O que mais acontece é encontrar mulheres que bebem com regularidade durante a gravidez. Nesses casos, as alterações congênitas observadas em seus filhos são mais sutis. Por exemplo, nos Estados Unidos, está demonstrado que o álcool é a principal causa não genética de oligofrenia, ou seja, de deficiência mental.
Estudos mais recentes deixam claro, ainda, que filho de mãe com padrão perigoso de consumo de álcool na gravidez pode não apresentar síndrome alcoólica fetal explícita, mas têm rebaixamento  intelectual, ou pequenas dificuldades de leitura, atenção e concentração.
Não se pode esquecer de que principalmente o cérebro do feto passa por muitas e constantes modificações. Expor esse cérebro em formação a doses regulares de álcool, sem dúvida, altera seu desenvolvimento.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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