Gravidez sem álcool

28 de março de 20092min6

Entrevista – Dr Dráuzio Varella
Drauzio – Por que os médicos recomendam que as mulheres se abstenham totalmente do uso do álcool durante a gravidez?
Ronaldo Laranjeira – Tanto o álcool, como a maconha e a cocaína, são substâncias constituídas por moléculas pequenas que passam pela placenta e atingem o feto. Portanto, quando a gestante ingere bebidas alcoólicas, está expondo a criança em seu útero a uma dose de álcool. Como a multiplicação de células do feto ocorre o tempo todo a uma velocidade fantástica, não há dúvida de que expô-lo a drogas tóxicas – álcool, maconha e cocaína – interfere em sua formação.
Antigamente, quando se pensava em malformação dos filhos de mulher alcoólica, a idéia era que eles já nasciam com alterações morfológicas evidentes em seu rosto. Tanto era assim, que as primeiras descrições da síndrome alcoólica fetal (SAF) expunham essas alterações faciais congênitas. Hoje, esse conceito foi reformulado, pois os estudos mostram que até mesmo pequenas doses de álcool durante a gravidez podem acarretar danos para o comportamento e funções mentais da criança.
É obvio que, num evento ocasional, beber uma taça de champanhe numa fase tardia da gravidez é muito diferente do que beber com regularidade durante toda a gestação. De qualquer forma, é importante recomendar que a mulher grávida se abstenha de qualquer substância tóxica – até tintura do cabelo – para proteger o feto.

 


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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