29 de março de 2024

Uso de maconha precoce é ligado a menor Q.I. e funcionamento anormal do cérebro

7 de outubro de 20164min0
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HypeScience

Estudos realizados há algum tempo sugerem que o uso precoce da maconha coloca em risco o desenvolvimento das crianças e adolescentes e pode trazer problemas cognitivos e doenças psiquiátricas, como depressão, bipolaridade e esquizofrenia.

Um novo estudo canadense publicado no início de outubro de 2016 investigou ainda mais os problemas de humor e de ansiedade observados em jovens que usam marijuana.

“Muitos jovens do nosso programa usam marijuana de forma intensa e, mesmo conhecendo estudos antigos, acreditam que isso melhora condições psiquiátricas porque faz com que eles se sintam melhor momentaneamente”, explica a pesquisadora principal do trabalho, Elizabeth Osuch, do Instituto de Pesquisa de Saúde Lawson (Canadá).

4 grupos de participantes

A pesquisadora e sua equipe dividiram os jovens participantes da pesquisa em quatro grupos: aqueles com depressão que não usam marijuana; aqueles com depressão que usam frequentemente marijuana; usuários frequentes sem depressão; indivíduos saudáveis que não usam marijuana.

Além disso, os participantes também foram subdivididos entre aqueles que começaram a usar a substância antes dos 17 anos e aqueles que começaram mais tarde ou que nunca usaram.

Os participantes passaram por testes psicológicos, cognitivos, de Q.I. e por exames de imagem do cérebro.

Resultados

O estudo não encontrou evidência de que marijuana melhora os sintomas da depressão. Não havia diferença entre os sintomas psiquiátricos apresentados por aqueles com depressão que usavam a substância e aqueles com depressão que não usavam.

Além disso, os resultados do exame de imagem mostraram diferença de função cerebral na área do cérebro relacionada à recompensa e ao controle motor nas pessoas que usam maconha. O uso de maconha não só não corrigiu este problema nos participantes com depressão, mas em alguns casos o piorou ainda mais.

Os pesquisadores observaram que quem usou maconha precocemente mostrou funções anormais relacionadas ao processamento visuoespacial, memória e processamento de recompensas. Quem usou a droga na adolescência também apresentou menor Q.I..

“Essas descobertas sugerem que usar marijuana não corrige as anormalidades cerebrais ou sintomas de depressão, e usá-la com pouca idade pode ter efeitos anormais não apenas na função cerebral, mas também no Q.I.”, diz Osuch.

Relação entre depressão e uso de maconha

Outro exame realizado pela equipe médica foi dos genes dos participantes. Eles descobriram que aqueles que usaram maconha com menos idade tinham uma maior variação genética de um gene que produz Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF). O BDNF está envolvido no desenvolvimento cerebral e na memória, entre outros processos.

“Essa descoberta sugere que essa variação genética pode deixar jovens predispostos a usar marijuana”, diz Osuch. O estudo, porém, precisa ser repetido com um grupo maior de participantes para ser confirmado. [Science Daily]


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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