PF revela que 79,2% da cocaína vendida em Minas é adulterada
Fonte: Portal Hoje em Dia – Belo Horizonte
Da Redação
Um estudo divulgado pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (27) revelou que a cocaína vendida no Brasil é adulterada. Em Minas Gerais, segundo o levantamento, 79,2% do entorpecente foi “batizado” na última década. No ano passado o percentual foi ainda maior: 100%.
A pesquisa foi realizada com amostras apreendidas entre 2007 e 2015, e revelou uma inversão, já que há nove anos 78% da cocaína era comercializada no Estado sem a adição de outras substâncias, ou seja, chegava ao usuário no estado bruto.
Para a corporação, o “batizo” tem a intenção de aumentar a massa da droga e, assim, inflar o lucro dos traficantes. “É importante ressaltar que em algumas situações os adulterantes adicionados à cocaína podem ter efeitos mais perniciosos do que a própria droga”, ressalta a PF no documento.
Letal
O estudo apontou ainda que em Minas as principais substâncias misturadas ao entorpecente são a fenacetina e o levamisol, além da cafeína e a lindocaína. “Os novos adulterantes adicionados na cocaína têm propriedades tóxicas ainda mais graves do que a dos adulterantes utilizados anteriormente”, revela trecho do estudo.
Segundo a Polícia Federal, o levamisol é um fármaco que deveria ser usado exclusivamente por veterinário e a fenacetina está proibida no mercado brasileiro. A primeira substância pode levar à necrose da pele e provocar danos renais, enquanto o segunda é cancerígena e pode causar até a amputaçao de membros.
Pesquisadores da UFMG estão desenvolvendo há dois anos e meio uma vacina que pretende eliminar a dependência de cocaína. “Desenvolvemos uma molécula que estimula a produção de anticorpos contra a cocaína no sistema imunológico”, afirmou o professor Angelo de Fátima, do departamento de Química Orgânica, um dos responsáveis pela pesquisa.
“Esses anticorpos capturam a cocaína, impedindo-a de chegar ao cérebro, e reduzem os efeitos euforizantes da droga, o que leva o usuário a perder interesse” no seu consumo, explicou o acadêmico.