Pesquisa aponta que 1,8 milhão de jovens já experimentou cigarro
Portal Brasil
Tabagismo
Ministério da Saúde gasta 23 bilhões de reais todos os anos para tratar doenças associadas ao fumo
O Ministério da Saúde divulgou, nesta semana, um estudo sobre o uso do cigarro entre jovens. A pesquisa constatou que 1,8 milhão de adolescentes entre 12 e 17 anos já experimentou cigarro ao menos uma vez, o que representa 18,5% dos jovens nessa faixa etária em todo o País.
Apesar do número ainda alto, o dado pode indicar uma tendência de queda na experimentação de cigarro entre os adolescentes do País. Estudos anteriores, como a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), de 2009, haviam detectado que 24% dos adolescentes de 13 a 15 anos nas capitais brasileiras tinham tido ao menos um contato com o cigarro.
“A redução no número de fumantes é um avanço nas políticas realizadas pelo Ministério da Saúde e pelo Inca. O dado do estudo destaca a importância de se cortar o mal pela raiz, já que quanto menos jovens estiverem fazendo uso do cigarro, menos adultos fumantes teremos no futuro e consequentemente menos doenças e mortes ocasionadas pelo tabagismo”, assinalou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
As capitais Campo Grande (26,8%), Porto Alegre (26,5%), Florianópolis (25,1%) e Curitiba (23,4%) estão entre as localidades onde foram registradas as maiores proporções de jovens que já haviam fumado alguma vez na vez.
O estudo mostrou também que, independente do sexo, as prevalências foram maiores em adolescentes que não moravam com os dois pais e que referiram ter tido contato com fumante em casa ou fora e que já trabalhavam. Outra constatação do estudo foi o de que as meninas estudantes de escolas públicas (5,7%) fumam mais do que as de escolas privadas (3,7%).
O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica) ouviu 74.589 adolescentes de 1.251 escolas públicas e privadas em 124 municípios com mais de 100 mil habitantes, incluindo todas as capitais. É o primeiro levantamento feito com coleta de dados de jovens entre 12 e 17 anos para fornecer estimativas nacionais sobre a prevalência de fatores de riscos cardiovasculares, tais como hipertensão arterial, dislipidemia e de síndrome metabólica.
Fumo entre adultos
Entre os adultos, os resultados do mais recente levantamento do Ministério da Saúde, o Vigitel 2015, são otimistas. Segundo os dados da pesquisa, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos dez anos: 10,4% da população das capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar. Em 2006, esse percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais. Os homens continuam sendo os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), ao passo que as mulheres fumantes são 8,3% dentro do total da população feminina das capitais. Há 10 anos, esse número era de 20,3% entre os homens e 12,8% nas mulheres.
“A redução na prevalência de fumantes nas últimas décadas tornou nosso País um caso mundial de sucesso no controle do tabagismo”, salienta o ministro Ricardo Barros.
Consequências
Apesar disso, de acordo com o ministério da Saúde, as doenças geradas pelo tabagismo são responsáveis por quase 200 mil mortes por ano no Brasil. No mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são seis milhões de mortes anuais.
O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Ainda de acordo com o Inca, os custos para o sistema de saúde são de R$ 23 bilhões ao ano.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde