Nota Oficial da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP e do Conselho Federal de Medicina – CFM

18 de setembro de 20187min69
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Desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP e o Conselho Federal de Medicina – CFM realizam a Campanha Setembro Amarelo no Brasil. Trazer a campanha para o Brasil, que antes não era valorizada no país por nenhuma instituição da área de saúde, tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre esse grave problema de saúde pública – o Suicídio. Apesar de ser um período de concentração de esforços em torno do tema, não existe comemoração, não podemos comemorar uma tragédia.

A ABP se dedica integralmente e diariamente ao trabalho de conscientização da população em geral. O trabalho de prevenção é realizado durante todo o ano, com palestras gratuitas, material informativo nas redes sociais, cartilhas, programas de psicoeducação em nossos meios de comunicação e em entrevistas dadas por nossos associados, que se disponibilizam a participar voluntariamente.

 

Acreditamos e, sempre deixamos claro em nossas redes sociais, na importância do atendimento multidisciplinar para o tratamento das doenças mentais. Na prevenção do suicídio não seria diferente. Falamos sobre isso em nossas campanhas também. A Campanha do Setembro Amarelo tem a duração de 30 dias e contemplará aspectos importantes da prevenção. Consideramos que Psicoterapia, Psicofarmacoterapia, Terapias Biológicas, Terapia Ocupacional e apoio social são complementares e não excludentes.

 

Valorizamos o tratamento multidisciplinar, mas percebemos que o tratamento psiquiátrico não é devidamente valorizado por algumas instituições em suas campanhas. Isso acontece por preconceito. A psiquiatria sofre com o estigma e os nossos pacientes sofrem também. Enquanto isso, o suicídio continua sendo uma das principais causas de mortalidade no mundo, a terceira em jovens brasileiros entre 15 e 29 anos de idade. Ainda mais alarmante, vários países registraram um aumento das taxas de suicídio nos últimos anos.

 

Vários estudos mostram que os transtornos psiquiátricos não diagnosticados ou sem tratamento adequado são os principais fatores de risco para o suicídio e que, o tratamento desses transtornos, associado ao seguimento ambulatorial adequado dos pacientes, reduz esse risco. No entanto, pessoas que manifestem pensamentos, falas e condutas que indiquem a intenção de cometer o suicídio (ideação suicida) devem ser consideradas em uma situação de emergência e encaminhadas para atendimento médico. Estamos nos referindo aos indivíduos em situação de Alto Risco.

 

Preocupados com esta questão, definimos como tema da Campanha Setembro Amarelo da parceria ABP/CFM desse ano: “Suicídio é uma emergência médica”, afinal somos uma associação médica e lidamos diariamente com emergências. O tema busca conscientizar a sociedade de que uma avaliação médica de emergência é necessária para orientar a conduta mais adequada no sentido de proteger o indivíduo em maior risco e na eminência de cometer o suicídio.

 

Sendo o suicídio o desfecho trágico de uma interação complexa de vários fatores, físicos, sociais, ambientais e individuais, a ABP considera imprescindível a atuação conjunta, não apenas dos diversos profissionais de saúde, mas de toda a sociedade para mudar a realidade atual.

 

Agradecemos a todos os profissionais de saúde e suas instituições representativas que vêm abraçando esta valiosa campanha internacional, assim como a sociedade civil organizada.

 

Unidos e trabalhando juntos, salvamos vidas. Acreditamos nisso.

 

Rio de Janeiro, 10 de setembro de 2018.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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