APM e AMSP apoiam manifestações da Infectologia e da Academia Nacional sobre Covid-19

14 de dezembro de 20208min10
Swab

As Diretorias da Associação Paulista de Medicina (APM) e da Academia de Medicina de São Paulo (AMSP) vêm a público registrar apoio integral, incondicional e unânime ao posicionamento da Academia Nacional de Medicina (ANM) – assinado pelo presidente Rubens Belfort Mattos Júnior, quanto ao descaso, à irresponsabilidade e ao oportunismo das autoridades governamentais frente à evolução da pandemia da Covid-19 -, bem como à dedicação da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), pelo trabalho obstinado e responsável no estudo, criação e compartilhamento de protocolos prático-científicos para o enfrentamento à pandemia da Covid-19 [confira a íntegra das notas abaixo].

A manifestação da ANM é contundente ao retratar que os brasileiros, hoje, realmente têm a saúde e suas vidas em risco iminente não apenas pela possibilidade de infecção pelo Sars-Cov-2. São igualmente ameaçados pelo vírus do uso político da mais grave crise sanitária da história.

Já perdemos familiares, colegas de profissão, outros tantos amigos e entes queridos. O País ultrapassou os 180 mil óbitos; está fadado a ultrapassar a triste marca dos 200 mil em breve. A trágica escalada prosseguirá, caso não sejam adotados imediatamente todas as medidas e os recursos para interromper a infecção em nossa população: uso obrigatório de máscaras, distanciamento, proibição (e punição de responsáveis) de aglomerações, testagem em massa, vacinação etc.

Como referência da Medicina em prevenção, diagnóstico, tratamento e cura das doenças infecciosas, a SBI cumpre integralmente, de forma admirável, a missão de intercâmbio científico visando ao interesse coletivo e assim contribuindo – hoje e sempre – para a saúde pública no Brasil e, por isso, deve guiar a ação dos médicos neste momento tão delicado.

São mais de 600 mortes a cada dia de atraso. Basta!

Associação Paulista de Medicina
Academia de Medicina de São Paulo

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Nota oficial da Academia Nacional de Medicina

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2020

A Academia Nacional de Medicina, em seus 191 anos de luta pela saúde da população brasileira e como instituição apolítica, manifesta enorme indignação pelo descaso, descuido e negligência por parte das autoridades governamentais e da classe política que seguem omissas e servis a interesses eleitorais, menosprezando a vida dos cidadãos.

Como entidade de assessoramento à política de saúde do país, nos cabe apresentar, novamente, propostas e conclamar a sociedade brasileira a não ficar omissa, sob o risco de sermos corresponsáveis por erros que seguem prejudicando de maneira grave o Brasil.

A Academia Nacional de Medicina acompanha com extrema preocupação a evolução da pandemia pela Covid-19, que recrudesce no Brasil. O negacionismo irresponsável de muitos gestores e políticos precisa cessar já.

Grande parte das 200 mil mortes que logo contabilizaremos poderia ter sido evitada. O tempo perdido com a falsidade, matou dezenas de milhares e vai seguir matando!

Quanta falta de decoro sanitário e inacreditável leviandade. Ignorância vergonhosa!

Sem dúvida, os executivos federal, estadual e municipal têm a maior responsabilidade, mas também o poder legislativo tem obrigação de assumir seu protagonismo, sendo indispensável o entendimento entre os gestores ao invés de inúteis debates político-demagógicos. Também, muitos governadores e prefeitos ardilosamente se omitem, não exercendo o poder de disciplinar e controlar as atividades sociais.

A Sociedade tem de dar um basta!

É preciso impedir que a população se infecte. Não há outra solução. Sim, a vacina é indispensável e prioritária, mas não bastará. Serão muitos meses para se conter a epidemia e, antes, durante e depois, teremos que seguir usando máscaras e condutas sociais cientificamente comprovadas.

Há necessidade imediata de implementação de exemplos e de medidas de proteção individual e coletiva, controlando-se o risco aumentado pelas atividades recreativas e sociais, atualmente descontroladas pela falta de liderança.

A vacina segue sendo explorada, de forma irresponsável, por autoridades que podem se merecer, mas o povo brasileiro não os merece.

Para se evitar uma tragédia ainda maior, é imprescindível a priorização da avaliação técnica das diferentes vacinas e a imediata liberação de todas as que forem aprovadas pela Anvisa.

Há necessidade premente da vacinação, como ocorre em outros países, nos quais, inclusive, já vem sendo aplicada.

Não há razão para punirmos mais o Brasil com a morosidade proposta de se aguardar meses.

Estamos muito atrasados e precisamos construir estratégia sólida que permita, já no início de 2021, a realização segura da vacinação em massa da população. É impossível a vacinação contra a Covid-19 dar certo com planos nacionais e estaduais paralelos. Uma irresponsável disputa levou à perda de precioso tempo na definição de um plano nacional de imunização efetivo, apesar de termos um extraordinário e bem-sucedido programa nacional de imunizações pelo SUS, reconhecido mundialmente por sua qualidade.

Além da vacina, é necessário educar e estimular exemplos e programas de informação adequados para o uso obrigatório de máscaras, do afastamento entre as pessoas, de coibir, a todo custo, as aglomerações.

A testagem em massa é outra medida imprescindível, capaz de detectar casos e definir medidas epidemiológicas e de saúde pública que reduzam drasticamente a propagação da epidemia.

Enfim, uma coordenação das ações de forma eficiente em todas as esferas.

Na defesa de milhares e milhares de vidas que certamente serão ainda perdidas, se essa política suicida e criminosa não for de imediato inteiramente modificada, a Academia Nacional de Medicina, mais uma vez, manifesta enorme preocupação e conclama a todos da sociedade brasileira a exigir de nossos governantes e políticos o que o Brasil tem direito e não vem recebendo.

Rubens Belfort Jr.
Presidente da Academia Nacional de Medicina


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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