O Brasil deveria legalizar o uso da maconha? Não!

5 de fevereiro de 20157min11551
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Por Adriana Moraes

Precisamente, a maconha faz mal e sabemos muito bem disso! Por que liberar algo que é ruim e prejudicial à saúde?

A possível legalização e comercialização da maconha têm sido sem duvida, um dos assuntos mais discutidos em toda a mídia e em nossa sociedade, mas, qual o interesse em legalizar algo que trará danos à saúde, em especial aos nossos adolescentes?

Discute-se que com a possível legalização acabaria o trafico de drogas, eu acredito sinceramente que não, os traficantes, os mais interessados, serão os maiores favorecidos caso esse desastre venha a acontecer.

Com a possível legalização, o comércio da maconha (droga ilícita), provavelmente teria uma queda nos preços, e com certeza os traficantes ainda teriam o melhor preço, aumentando assim o número de usuários e dependentes da droga, dessa forma o nosso governo teria que construir novos centros de tratamentos, com isso teríamos mais gastos com a saúde publica.

Algumas pessoas ainda confundem o uso medicinal do canabidiol com a maconha, legalização com descriminalização, então vejamos:

– a maconha é o nome dado no Brasil a uma planta chamada cientificamente de cannabis sativa;

– já o canabidiol também está presente na mesma planta;

– com a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em reclassificar o canabidiol como um produto legal, precisa ficar claro,  que não existe maconha medicinal e sim alguns componentes presentes na planta cannabis, são extraídos em laboratório e utilizados para a fabricação do medicamento;

– legalização é permitir que a droga seja comercializada, podendo ou não estar submetidas a algum tipo de restrição. Como por exemplo, álcool e tabaco (venda proibida a menores de 18 anos) e alguns medicamentos que só podem ser adquiridos por meio de prescrição médica especial;

– descriminalizar significa retirar do consumo de drogas o caráter criminoso, isentar, inocentar, ou seja, não penalizar o consumo.

Se por um lado houve avanços, por outro, não podemos permitir que com a liberação do canabidiol, façam um discurso visando à pró-legalização da erva, são assuntos distintos, nunca é demais lembrar e seria lamentável tirar proveito da situação.

O canabidiol hoje é um medicamento liberado pela Anvisa, enquanto, a maconha é uma erva que causa, dependência, irritabilidade,  problemas respiratórios, diminuição da coordenação motora, alterações da atenção, concentração e memória, síndrome amotivacional e em casos mais graves sintomas psicóticos.

Além de a maconha trazer prejuízos ainda é um passo para o consumo de outras drogas mais pesadas e danosas ao cérebro, cito como exemplo, o crack. Mas, se alguém tiver duvidas, sugiro que faça uma visita a cracolândia, em São Paulo e se tiver coragem pergunte a algum dependente químico qual foi à primeira droga que usou e caso ele tenha condição em responder, provavelmente, vai dizer a “maconha”.

Quanto mais fácil for o acesso à droga, maior será a chance de experimentar, principalmente entre os jovens. O consumo da maconha poderá atrapalhar o desempenho na escola, colocando em risco o aprendizado dos adolescentes, dificultando ainda o convívio familiar e social.

O consumo de drogas nesta fase pode trazer sérias consequências físicas e/ou psíquicas para o desenvolvimento, como déficits cognitivos, problemas físicos, envolvimento em acidentes e infrações.

Pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em 2012, o II LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas) revelou que 01 em cada 10 adolescentes que usa maconha é dependente e mais de 60% dos usuários experimentou a substância antes de 18 anos.

Estes dados parecem sugerir que a disponibilidade da maconha esteja crescendo, inclusive entre os jovens, que vem utilizando esta substância de forma compulsiva, apesar dos efeitos maléficos à saúde. 

Entretanto, reflitam, a maconha é um alucinógeno, uma substância perturbadora do sistema nervoso central, é algo inofensivo para ser legalizado?

Adriana Moraes – Psicóloga do Programa Recomeço – Especialista em Dependência Química – Colaboradora do site da UNIAD

 


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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