Jaú registra 4 afastamentos por álcool e drogas por mês

21 de junho de 20165min1
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Comércio de Jaú

Dependência química é entrave para vida profissional dos trabalhadores

MATHEUS ORLANDO

A psicóloga Margareth Camargo e a assistente social Renata Devidé, do Caps: auxílio aos dependentes MATHEUS ORLANDO

O uso abusivo de álcool e drogas traz consequências graves para a vida das pessoas nos âmbitos pessoal, familiar e afetivo – e não é diferente com a vida profissional do trabalhador. A dependência química dificulta e até inviabiliza o prosseguimento regular da carreira, e retornar ao mercado de trabalho pode não ser tarefa das mais fáceis.
 
A agência da Previdência Social em Jaú concedeu, em 2015, 45 auxílios-doença motivados por uso de álcool, fumo e drogas. Nos quatro primeiros meses deste ano, foram 18 benefícios. Nesse período, portanto, a média mensal foi de 3,93 auxílios. Os dados foram informados à reportagem pela assessoria de imprensa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
 
Em nível nacional, o ano de 2014 teve média de 125 pessoas afastadas do trabalho por dia por problemas de saúde relacionados a álcool e drogas. Em que pese provável subnotificação, pois os dados não contemplam trabalhadores informais, abre-se margem para essencial discussão acerca do assunto. 
 
O próprio empregado pode solicitar o benefício pelo telefone 135 ou pelo site www.mtps.gov.br. A empresa faz o requerimento quando tem convênio com o INSS para este fim. Na data agendada, o trabalhador vai a uma unidade do INSS para ser avaliado pela perícia médica, que define se o segurado está incapacitado para o trabalho e qual o período de afastamento.
 
Paralelamente, é fundamental que a pessoa busque ajuda. Em Jaú, o Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) oferece apoio e tratamento gratuitos. A unidade funciona na Avenida Zezinho Magalhães, 1.660, e interessados podem procurar os serviços de forma espontânea, sem necessidade de encaminhamento. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. A psicóloga Margareth Camargo, do Caps, enfatiza que dependentes têm grandes dificuldade em manter seus empregos (leia texto).
 
Preconceito
 
A adicção em álcool e drogas é realidade em grande parte das famílias brasileiras, mas quando se trata de mercado de trabalho o preconceito em relação a usuários e ex-usuários é notável, tanto que trabalhadores recuperados precisam esconder o passado para obter recolocação. 
 
O especialista em recursos humanos Carlos Augusto de Oliveira preocupa-se com esse tabu no ambiente profissional. Ele diz que o preconceito em relação a contratar ex-dependentes químicos existe em grandes centros urbanos e é ainda mais acentuado no interior.
“Algumas vezes, o profissional que recruta não tem o preparo ou equilíbrio para ver que a pessoa está apta a trabalhar”, pondera o especialista. “Nossa sociedade precisa abrir a cabeça, todos merecemos uma segunda chance”, finaliza.
 
 
 
 
 
 

Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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