29 de março de 2024

Drogas mais poderosas já circulam em festas na região de Campinas

15 de setembro de 20164min0
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Metro Jornal Campinas

Por Metro Jornal Campinas 

O CCI (Centro de Controle de Intoxicações) da Unicamp descobriu novas substâncias em drogas usadas por jovens em Campinas. Os compostos encontrados – fentanil e butilona – são vendidos como ecstasy ou LSD, mas na verdade contêm maior poder de destruição. O fentanil chega a ser 50 vezes mais poderoso que a morfina, podendo levar o usuário à morte.

A constatação veio a partir de seis casos de intoxicação de jovens por novas drogas sintéticas no mês de agosto, analisadas no CCI. A partir de exames, foi constatado que pessoas entre 18 e 30 anos – em geral universitários de classe média – compram as drogas em festas acreditando se tratar de LSD ou ecstasy, sem saber o que estão, de fato, consumindo. Entre os seis casos, um jovem morreu por parada cardíaca.

As substâncias encontradas têm características distintas. “A primeira (fentanil) é um depressor neurológico que é usada em hospitais para sedar pacientes. É um anestésico que diminui o tamanho das pupilas e pode causar paradas cardiorrespiratórias” explica o toxicologista do CCI, Rafael Lanaro.

Já a butilona é uma substância nova. Segundo o toxicologista, existem poucos estudos sobre a droga, que apontam que o composto é potente e pode levar à morte.

“Ela é estimulante e alucinógena. Sobre determinadas concentrações, pode levar a convulsões, aumento de pressão, alucinações e surtos psicóticos intensos no usuário. Pacientes ficam extremamente agressivos e podem acreditar que estão sendo perseguidos”, explica Lanaro.

Diante da situação, o CCI alertou unidades de serviços de emergência hospitalar da região para que ficassem alertas para sintomas parecidos em pacientes com histórico de uso de drogas.

“Em todos os casos, esses jovens saíam de festas onde acreditavam estar consumindo selos chamados de LSD ou comprimidos de ecstasy”, conta o toxicologista.

Além de surtos psicóticos e fortes alucinações e agitações, usuários dessas substâncias podem sofrer fortes dores no peito.

De acordo com os delegados da Dise (Delegacia de Investigação Sobre entorpecentes), Maurício Geremonte e Filipe Carvalho, essas novas substâncias já são de conhecimento da polícia e vêm sendo monitoradas e apreendidas.

Segundo Geremonte, o que ocorre é a troca de substâncias mais caras por compostos mais baratos.

“As drogas sintéticas, como o ecstasy, têm sido utilizadas em festas em estilo rave, e sua procura tem aumentado. Assim, a obtenção do composto ativo de tal droga, no caso o MDMA, acabou sendo substituído por compostos mais baratos, os quais possuem efeitos semelhantes”, explica.

Além do fentanil e a butilona, também têm sido utilizados compostos como a Etilona, diclorometano e 2CB.

Todos essas substâncias, segundo a polícia, tiveram apreensões recentes na região.   

 


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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