Cracolândia e o erro histórico que se repete

25 de junho de 20252min93
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No último 13 de maio, data em que se lembra a abolição da escravidão em 1888, a região conhecida como cracolândia, no centro de São Paulo, amanheceu vazia. Mas o que pareceu vitória, na verdade, repetiu um erro histórico grave: libertar sem incluir.

Hoje, dependentes químicos estão espalhados, isolados, sem tratamento e cada vez mais marginalizados. A “abolição” da cracolândia seguiu o mesmo roteiro da escravidão: retirou pessoas de um lugar de exclusão sem oferecer nenhum caminho de inclusão.

O resultado? Surgimento de minicracolândias em vários pontos da cidade, aumento da vulnerabilidade e da violência, e nenhuma política estruturada de cuidado, tratamento ou reinserção.

Assim como os negros libertos em 1888, os “escravos de drogas” foram apenas dispersos, com consequências profundas para a cidade e para as pessoas afetadas.

Especialistas, ONGs e parlamentares criticam a medida como uma ação de marketing, uma maquiagem temporária que ignora a complexidade do problema.

Enquanto faltarem políticas públicas humanizadas e integradas, seguiremos apenas deslocando o sofrimento, não o enfrentando de verdade.

Texto completo: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2025/06/esvaziamento-da-cracolandia-repete-erro-de-abolicao-sem-inclusao.shtml

Imagem por Folha de São Paulo


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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