Refletir para seguir em frente: o que 2025 nos ensinou?

*Por Adriana Moraes
À medida que 2025 chega ao fim, é natural surgir em nós o impulso de fazer um balanço: o que conquistamos, o que ficou para trás e o que ainda desejamos alcançar. Essa pausa para refletir pode ser profundamente saudável. Quando olhamos para o próprio caminho, reconhecemos avanços que talvez tenhamos esquecido, compreendemos melhor os tropeços e ganhamos clareza para redefinir nossos rumos.
Mas o fim do ano também traz um peso silencioso: a sensação de que precisamos fechar dezembro com tudo resolvido, metas cumpridas e todas as áreas da vida “no lugar”. Essa exigência interna pode ser cruel e exaustiva. A verdade é que ninguém termina o ano perfeito e tudo bem. O que importa é chegar inteiro, consciente do que precisa ser ajustado e orgulhoso do que foi possível realizar.
Como você se sentiu emocionalmente ao longo de 2025?
Em 2025, você se cuidou? Respeitou seus limites? Pediu ajuda quando necessário? Ou deixou seu bem-estar para depois, como tantas vezes acontece?
Talvez 2025 tenha sido leve, talvez tenha sido pesado. Talvez tenha sido um ano de conquistas, de perdas, de aprendizados ou de silêncio. Talvez não tenhamos cumprido todas as metas, mas aprendemos a nos conhecer melhor, a priorizar o que importa e a nos levantar depois das quedas.
Independentemente do caminho, sempre existe espaço para recomeçar e cuidar de si precisa ser uma prioridade real, não apenas um desejo.
Praticar autocompaixão é essencial nesse processo. O fim do ano não é um teste de desempenho, e sim um convite à gentileza consigo mesmo. Podemos nos permitir descansar, desacelerar e reconhecer o quanto caminhamos, mesmo entre tropeços. Viktor Frankl, psiquiatra e autor de “Em busca de sentido”, lembrava que “o sentido da vida é encontrar um propósito, o propósito da vida é dar sentido a ela” e que o valor da vida não está na ausência de dificuldades, mas na forma como respondemos a elas.
Ao olhar para 2026, que tal colocar sua saúde mental no topo da lista?
Priorize o descanso, cultive vínculos saudáveis, estabeleça limites claros e reserve momentos de pausa e presença no aqui e agora. Busque ajuda especializada quando o sofrimento persistir.
Que 2026 chegue não como uma cobrança, mas como uma continuação, um tempo de recomeço, com mais calma, presença e propósito. Que possamos trocar a busca pela perfeição pela leveza de simplesmente seguir em frente, um passo de cada vez.
*Adriana Moraes – Psicóloga da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) – Especialista em Dependência Química e Saúde Mental – Colaboradora do site da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas).
