Chiclete ajuda a parar de fumar de forma gradual

10 de janeiro de 20093min58

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Chicletes de nicotina podem ajudar também os fumantes que querem deixar o vício de forma gradual, aponta pesquisa com 3.300 pessoas realizada pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Foi o primeiro estudo a testar a eficácia da substância no uso concomitante com o cigarro.
Em um período de 24 horas, as chances de manter a abstinência foram pelo menos 40% maiores entre os fumantes que mascaram chicletes de nicotina, em comparação com os que receberam placebo. Após 28 dias, a taxa de abstinência foi de 2 a 4,7 vezes maior no grupo que usou o remédio.
Para o pneumologista Sérgio Ricardo Santos, coordenador do Prevfumo (núcleo de prevenção ao tabagismo da Universidade Federal de São Paulo), administrar chicletes de nicotina a pacientes que estão diminuindo gradativamente o fumo é uma estratégia nova para lidar com os mais dependentes, que têm dificuldade para parar.
Segundo ele, é importante que as gomas de nicotina sejam usadas somente até a pessoa estar mais motivada para largar o vício. “Chamamos isso de elevar a percepção de alta eficácia, um passo que o fumante precisa dar para parar”, afirma.
De acordo com a pneumologista Cristina Cantarino Gonçalves, coordenadora do Centro de Estudos para Tratamento da Dependência a Nicotina do Inca (Instituto Nacional de Câncer), essa conduta ainda não consta das diretrizes internacionais. “A goma deve ser utilizada apenas por pacientes com alto grau de dependência, que não conseguem aceitar a ideia de uma parada abrupta e que precisam de tempo”, diz.
Gonçalves ressalta, entretanto, que o paciente precisa receber acompanhamento médico e diminuir efetivamente o número de cigarros. “Se a pessoa usar a terapia de reposição de nicotina indiscriminadamente, fumando a mesma quantidade de antes, corre um risco concreto de intoxicação pela nicotina”, afirma.
A pesquisa foi patrocinada pela GlaxoSmithKline, que fabrica gomas de nicotina.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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