Relações entre depressão e Dac:estudo de pacientes com síndromes isquêmicas miocárdia instavéis

5 de dezembro de 20135min12

 

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Relações entre depressão e Dac:estudo de pacientes com síndromes isquêmicas miocárdia instavéis

G.H. Perez, R.R. Laranjeira, J.C. Nicolau, B.W. Romano

Instituto do Coração do HCFMUSP-Serviço de Psicologia UNIFESP–Departamento de Psiquiatria

A DAC e a Depressão são duas patologias que têm grande impacto na saúde nos dias atuais, pois ambos apresentam alta prevalência e seus efeitos refletem-se na mortalidade e na qualidade de vida. Nos EUA ocorrem um milhão de mortes, por Doenças Cardiovasculares, anualmente, sendo que destas , a Doença Arterial Coronária (DAC) é a mais frequente, com 51%.(1) Lotufo, constatou altas taxas de mortalidade por DAC no Brasil e comparando algumas das principais capitais brasileiras com outros países, concluiu que nosso país enquadra-se entre as estatísticas dos países desenvolvidos(2)
Sintomas depressivos e Depressão Maior (DM) são muito frequentes. O ECA(1a) detecta uma prevalência de 3 a 7 % na população geral, ao longo da vida. Considerando o contexto médico não psiquiátrico, o National Comorbidity Study detectou uma prevalência de 5% de DM (3)
A Depressão tem uma relação complexa com a DAC. As evidências apontam-na como fator de risco(4,5,27,28,31), como fator influente na morbidade, na mortalidade (5,6,7,8,9,28,32)e na qualidade de vida(9A) do paciente com DAC. Na verdade, observa-se que tanto a Depressão pode ser um fator de risco isolado para o desenvolvimento da DAC, como pode estar associada a outros fatores de risco , tais como obesidade (51% em obesos com Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica e 14% em obesos sem)(9b), diabetes(prevalência 3 vezes maior do que na população em geral)(10) e tabagismo(prevalência de Glassman (27)salienta em seu artigo sobre a Depressão e o curso da DAC, que além de não podermos minimizar os custos psicológicos da Depressão, as evidências vão apontando que a Depressão é uma doença com concomitantes físicos, que teriam uma influência direta no funcionamento cardíaco. Isto significa que, a Depressão pode influenciar o desenvolvimento e o curso da DAC porque, por uma lado, as alterações de humor têm uma repercussão no comportamento, criando condições desfavoráveis para a adesão ao tratamento e a motivação para a mudança de estilo de vida. E por outro lado, a Depressão tem como concomitantes fisiológicos: o aumento da agregação plaquetária, a hiperatividade do sistema simpático-adrenal, a diminuição da variabilidade da frequência cardíaca e do limiar para fibrilação ventricular, que têm uma influência direta na evolução da DAC (44)
A Depressão apresentou-se como associada à DAC e como fator psicológico de maior risco para doença cardíaca, num estudo de metanálise realizado com todos os estudos publicados entre 1945 e 1985, sobre preditores psicológicos de doença cardíaca. (43)
A literatura sobre a associação entre a DAC e Depressão relata prevalências que variam de 14 a 60% (3a, 4, 32, 9).Os estudos com pacientes infartados ou angina instável apontam Depressão entre 15 a 44% (28,29,2a,6). Pode-se atribuir a variação das taxas de prevalência ao diagnóstico de Depressão considerado (Depressão Maior, sintomas depressivos…), ao estágio da DAC da população estudada, bem como ao instrumento utilizado para avaliar Depressão.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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