29 de março de 2024

Comissão da OMS pede ação urgente contra doenças crônicas não transmissíveis

4 de junho de 20189min0
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Um novo relatório da Comissão Independente Mundial de Alto Nível da OMS sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) pede uma ação urgente para o tratamento de enfermidades crônicas e transtornos mentais. Para isso, é necessário um compromisso político de alto nível e o aumento imediato das ações para enfrentar a epidemia de DCNTs, principais causas de morte e de problemas de saúde no mundo.

Coletivamente, câncer, diabetes, doenças pulmonares e cardiovasculares matam 41 milhões de pessoas a cada ano, respondendo por 71% de todas as mortes no mundo. Desse número, 15 milhões de mortes ocorrem em indivíduos com idades entre 30 e 70 anos. O relatório concentra a atenção em desafios crescentes, mas muitas vezes negligenciados, como transtornos mentais e obesidade.

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, instou os líderes mundiais a “redobrarem os esforços” para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e reduzir as mortes prematuras por DCNTs em um terço até 2030, além de promover a saúde mental e o bem-estar. “Preservar e melhorar a qualidade de vida das pessoas é uma forma de melhorar a dignidade humana com o objetivo de progredir em termos de crescimento econômico, justiça social e convivência humana”, disse Vázquez, que apresentou o relatório ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra. “A saúde é essencial para a paz e a democracia. Não é uma questão de gastar muito, mas de fazer bons investimentos.”

A Comissão faz seis recomendações no relatório:

  1. Os Chefes de Estado e de governo devem assumir a responsabilidade pela agenda das DCNTs, em vez de delegá-la apenas aos ministros da saúde, uma vez que requer colaboração e cooperação com muitos setores.
  2. Os governos devem identificar e implementar um conjunto específico de prioridades dentro da agenda geral de DCNTs e saúde mental, com base em suas necessidades de saúde pública.
  3. Os governos devem reorientar os sistemas de saúde para incluir os serviços de prevenção e controle das DCNTs e de saúde mental em suas políticas e planos de cobertura universal de saúde.
  4. Os governos devem aumentar a regulamentação efetiva e o envolvimento apropriado com o setor privado, academia, sociedade civil e comunidades.
  5. Os governos e a comunidade internacional devem desenvolver um novo paradigma econômico para o financiamento de ações sobre DCNTs e saúde mental.
  6. Os governos precisam fortalecer a responsabilização de seus cidadãos pela ação sobre as DCNTs e simplificar os mecanismos de responsabilização internacional existentes.

“Conhecemos o problema e temos as soluções, mas, a menos que aumentemos o financiamento para essas doenças e transtornos e exijamos que todas as partes interessadas sejam responsáveis por cumprir suas promessas, não conseguiremos acelerar o progresso”, disse a co-presidenta da Comissão, Sania Nishtar. “A epidemia de DCNTs explodiu em países de baixa e média renda nas últimas duas décadas. Precisamos agir rapidamente para salvar vidas, evitar o sofrimento desnecessário e evitar que sistemas de saúde frágeis entrem em colapso ”.

Cumprir a promessa de cobertura universal de saúde, para garantir que todas as pessoas, em todos os lugares, possam ter acesso a serviços de saúde de qualidade sem sofrer dificuldades financeiras, é uma das principais prioridades da OMS. O relatório da Comissão ajudará a orientar os países à medida que avançam em direção à saúde para todos e enfrentam as DCNTs e os assassinos infecciosos.

“A OMS foi fundada há 70 anos, com a convicção de que a saúde é um direito humano a ser desfrutado por todas as pessoas e não um privilégio para poucos”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “As recomendações deste relatório são um passo importante para concretizar esse direito, prevenindo o sofrimento e a morte causados por doenças crônicas não transmissíveis.”

Ao pedir aos chefes de Estado e de governo para assumir a responsabilidade pelas DCNTs, o relatório, que também foi publicado na revista científica The Lancet, reconhece a necessidade de garantir que os ministérios da saúde tenham a influência necessária para garantir que a questão seja apoiada com a vontade política e o financiamento que merece.

A entrega do relatório ao diretor-geral da OMS é a primeira atividade da Comissão, que continuará a fornecer apoio de alto nível à comunidade de DCNTs, catalisando a ação e o financiamento, especialmente dentro dos países.

Em 27 de setembro deste ano, a Assembleia Geral das Nações Unidas sediará a Terceira Reunião de Alto Nível sobre DCNTs, em Nova York. O relatório da Comissão ajudará a aconselhar a OMS enquanto o organismo internacional se prepara para essa ocasião crucial.

Entre os co-presidentes da Comissão estão os presidentes da Finlândia, Sri Lanka e Uruguai, o ministro da Saúde da Federação Russa e Sania Nishtar, uma das principais especialistas e defensoras da luta contra as DCNTs e ex-ministra federal de saúde do Paquistão. A Comissão inclui líderes de saúde e desenvolvimento de governos, sociedade civil e empresas.

Nota aos editores

As doenças crônicas não transmissíveis, incluindo as cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas e transtornos mentais, tendem a ser de longa duração e são o resultado de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. O uso do tabaco, a inatividade física, o uso nocivo do álcool e dietas pouco saudáveis aumentam o risco de morrer por uma DCNT. A detecção, triagem e tratamento dessas enfermidades, bem como os cuidados paliativos, são componentes-chave da resposta a essas doenças. A OMS também reconhece que a poluição do ar é um fator de risco crítico para as DCNTs.


Sobre a UNIAD

A Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD) foi fundada em 1994 pelo Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira e John Dunn, recém-chegados da Inglaterra. A criação contou, na época, com o apoio do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Inicialmente (1994-1996) funcionou dentro do Complexo Hospital São Paulo, com o objetivo de atender funcionários dependentes.



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